O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA GRÉCIA ANTIGA
A EDUCAÇÃO GREGA
Desde o inicio dos tempos o homem sempre teve a preocupou em dedicar-se às tarefas educativas. A principio de forma mais rústica e sem fundamentos teóricos e em seguida utilizando de teorias, técnicas e práticas mais eficientes, na qual a “arte de ensinar” passa a ser categorizada como ciência e passa a ser fundamento do pensamento pedagógico.
A formação do modelo de educação atual está intrinsecamente relacionada com o modelo de educação desenvolvido ao longo dos séculos na Grécia.
Todos aos ramos do pensamento, da ciência, da política, da cultura têm seus grandes mestres na Grécia. É onde surge o uso dos métodos aplicados a teoria e a razão, a segmentação do que é real e do que é abstrato, da ideia e da matéria.
O pensamento pedagógico na Grécia Antiga era separada basicamente pela divisão de duas escolas: A
escola ateniense e a escola espartana.
Esparta e Atenas foram importantes cidades influidoras dos ideais de educação, uma baseada
na submissão e conformismo e a outra na concepção de Paidéia, preocupada na formação da liberdade humana e
fundamentada nas experiências sociais diversificadas que por muito tempo fez parte do debate pedagógico.
ESPARTA:
Era
uma pequena cidade no centro de Peloponeso que tinha cerca de 10 mil
cidadãos. Os seculos VIII a VI a.C foi seu momento de maior destaque
e esplendor. Esta cidade era habitada por espartanos, periecos e
iliotas e por possuir poucos habitantes estavam propensos a serem
conquistados. Assim a força e adequação ao modelo militar era
fundamental para eles
A Educação Espartana era uma verdadeira formação para o enfrentamento militar,
o homem tinha que ser forte, desenvolvido e aperfeiçoado em todos os
sentidos, eficaz em suas ações, ou seja, a educação de Esparta
era formadora de soldados de Guerra. Mas,
apesar
dessas características, a educação espartana era
única e pública e competia ao Estado, (todos são iguais),
tinham os mesmos direitos e os mesmos deveres. Contudo,
mesmo com a dureza da instrução e do controle militar, as crianças
eram instruídas e educadas com os conhecimentos básicos, leitura e
escrita, sendo posta a prova a sua reflexão, nas artes era iniciado
o estudo do canto e da música. Segundo Plutarco, “os cidadãos eram acostumados a não terem desejos, nem capacidades para
levarem uma vida particular, eram influenciados a dedicar-se
as comunidades”.
A evolução da educação espartana:
6-7
anos –
As crianças permaneciam no seio familiar sobre a
responsabilidade das mães e das responsáveis por cuidar do
fortalecimento físico para vida militar. A
partir dessa idade ingressam na educação pública a cargo
do Estado e é classificado de acordo com os grupos juvenis.
8-11
anos – camarada;
12-15
anos – jovens;
16-20
anos – efebo (considerados aptos para a milícia profissional). A
partir dos 20 anos eram
militares e lutavam em perfeita ordem;
30
anos – Tem
disposição de seus direitos civis e começam a fazer parte da
assembleia popular, discutem assuntos políticos e aprovações ou
não de novas leis.
A
Educação
da mulher: era
mais livre em relação as outras cidades e povoados vizinhos, faziam
exercícios físicos para terem um maternidade mais saudável, e
viviam com a ideia que a prioridade do Estado sobrepassava os
interesses da família e do indivíduo.
ATENAS:
Cidade
localizada em Atica, habitada pelos Jônios, tinha estrutura
sociopolítica e culturais diferentes das outras cidades. O
ideal de formação de educação em Atenas se deu baseada na
formação completa do homem. A educação física e intelectual
foram colocadas no mesmo patamar.“Duas circunstâncias intimamente
vinculadas determinaram tão notável mudança. De um lado, a nova
maneira de compreender a estrutura e finalidades do Estado. Em Atenas
vê-se o Estado como um meio de assegurar a liberdade pessoal,
criando as condições vantajosas para sua educação. Sólon
considera a instrução da juventude como missão essencial do
Estado, mas não se coage o indivíduo nesta empresa; deseja-se que,
por convicção própria, as classes sociais façam sua a tarefa da
formação das gerações. Daí que, apesar de ver-se no Estado o
titular da vida do cidadão, jamais teve o monopólio educacional. Os
pais tinham a obrigação de cuidar que seus filhos se preparassem
eficazmente para a vida, mas dentro de um ambiente de liberdade.
Trata-se de um Estado de cultura, de uma organização política
atenta sempre ao desenvolvimento harmônico
da personalidade. (. . .) De outro lado, a própria vocação
cultural de Atenas, tão permeável à revolução da ciência e da
Filosofia ocorrida no século VI a.C., e que de modo tão natural
elevou o nível intelectual de seus cidadãos, convertendo-a no
centro da cultura helênica,
‘a escola de toda a Grécia’, como disse Tucidedes. A partir daí
foi adquirindo forma o que mais tarde veio chamar-se o aticismo,
isto
é, o gosto elegante e equilibrado em todas as atividades
humanas.”(larroyo,
Francisco. História
geral da Pedagogia. São
Paulo, Mestre Jou,1970.p.150.
Em
Atenas a educação da criança, durante os primeiros sete anos,
estava inteiramente a cargo da família. Assim
que deixava os cuidados da família, o menino passava aos cuidados de
um pedagogo, esses eram servos ou escravos dos atenienses que
possuíam a confiança da família ateniense. A palavra pedagogo em
sua origem significa o guia, condutor de meninos, por isso as pessoas
responsáveis por guiar as crianças a Escola eram chamados de
pedagogos.
O mundo grego foi muito rico em tendências pedagógicas:
1- A pedagogia pretendia realizar na vida humana a ordem que se via no universo, a harmonia que a matemática demonstrava;
2- A de Isócrates centrava o ato educativo não tanto na reflexão, como queria platão, mas na linguagem e na retórica.
3- A de Xenofontes foi a primeira a pensar na educação da mulher, embora restrita aos conhecimentos caseiros e de interesse do esposo.
Partia da ideia da dignidade humana, conforme ensinara Sócrates:
Os gregos eram educados através dos textos de Homero, que ensinava virtudes guerreiras, o cavalheirismo, o amora à glória, à honra, à força, à destreza e à valentia. O Ideal Homérico era ser sempre o melhor e conservar-se superior aos outros.
Notas: (Diferentemente do que ocorria na época do Brasil colônia, os escravos em Roma e na Grécia, aprendiam as artes e os ofícios nas casas onde serviam.)
Referências: Gadotti, Moacir, - História das ideias pedagógicas - 2006
Aranha, Maria Lucia de Arruda, História da educação e da pedagogia geral e do Brasil - 1999
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