segunda-feira, 16 de outubro de 2017



O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA GRÉCIA ANTIGA




A EDUCAÇÃO GREGA


Desde o inicio dos tempos o homem sempre teve a preocupou em dedicar-se às tarefas educativas. A principio de forma mais rústica e sem fundamentos teóricos e em seguida utilizando de teorias, técnicas e práticas mais eficientes, na qual a “arte de ensinar” passa a ser categorizada como ciência e passa a ser fundamento do pensamento pedagógico. A formação do modelo de educação atual está intrinsecamente relacionada com o modelo de educação desenvolvido ao longo dos séculos na Grécia. Todos aos ramos do pensamento, da ciência, da política, da cultura têm seus grandes mestres na Grécia. É onde surge o uso dos métodos aplicados a teoria e a razão, a segmentação do que é real e do que é abstrato, da ideia e da matéria.


O pensamento pedagógico na Grécia Antiga era separada basicamente pela divisão de duas escolas: A escola ateniense e a escola espartana.

Esparta e Atenas foram importantes cidades influidoras dos ideais de educação, uma baseada na submissão e conformismo e a outra na concepção de Paidéia, preocupada na formação da liberdade humana e fundamentada nas experiências sociais diversificadas que por muito tempo fez parte do debate pedagógico.

ESPARTA: Era uma pequena cidade no centro de Peloponeso que tinha cerca de 10 mil cidadãos. Os seculos VIII a VI a.C foi seu momento de maior destaque e esplendor. Esta cidade era habitada por espartanos, periecos e iliotas e por possuir poucos habitantes estavam propensos a serem conquistados. Assim a força e adequação ao modelo militar era fundamental para eles

A Educação Espartana era uma verdadeira formação para o enfrentamento militar, o homem tinha que ser forte, desenvolvido e aperfeiçoado em todos os sentidos, eficaz em suas ações, ou seja, a educação de Esparta era formadora de soldados de Guerra. Mas, apesar dessas características, a educação espartana era única e pública e competia ao Estado, (todos são iguais), tinham os mesmos direitos e os mesmos deveres. Contudo, mesmo com a dureza da instrução e do controle militar, as crianças eram instruídas e educadas com os conhecimentos básicos, leitura e escrita, sendo posta a prova a sua reflexão, nas artes era iniciado o estudo do canto e da música. Segundo Plutarco, “os cidadãos eram acostumados a não terem desejos, nem capacidades para levarem uma vida particular, eram influenciados a dedicar-se as comunidades”.

A evolução da educação espartana:

6-7 anos – As crianças permaneciam no seio familiar sobre a responsabilidade das mães e das responsáveis por cuidar do fortalecimento físico para vida militar. A partir dessa idade  ingressam na educação pública a cargo do Estado e é classificado de acordo com os grupos juvenis.

8-11 anos – camarada;

12-15 anos – jovens;

16-20 anos – efebo (considerados aptos para a milícia profissional). A partir dos 20 anos eram militares e lutavam em perfeita ordem;

30 anos – Tem disposição de seus direitos civis e começam a fazer parte da assembleia popular, discutem assuntos políticos e aprovações ou não de novas leis.

A Educação da mulher: era mais livre em relação as outras cidades e povoados vizinhos, faziam exercícios físicos para terem um maternidade mais saudável, e viviam com a ideia que a prioridade do Estado sobrepassava os interesses da família e do indivíduo.

ATENAS: Cidade localizada em Atica, habitada pelos Jônios, tinha estrutura sociopolítica e culturais diferentes das outras cidades. O ideal de formação de educação em Atenas se deu baseada na formação completa do homem. A educação física e intelectual foram colocadas no mesmo patamar.“Duas circunstâncias intimamente vinculadas determinaram tão notável mudança. De um lado, a nova maneira de compreender a estrutura e finalidades do Estado. Em Atenas vê-se o Estado como um meio de assegurar a liberdade pessoal, criando as condições vantajosas para sua educação. Sólon considera a instrução da juventude como missão essencial do Estado, mas não se coage o indivíduo nesta empresa; deseja-se que, por convicção própria, as classes sociais façam sua a tarefa da formação das gerações. Daí que, apesar de ver-se no Estado o titular da vida do cidadão, jamais teve o monopólio educacional. Os pais tinham a obrigação de cuidar que seus filhos se preparassem eficazmente para a vida, mas dentro de um ambiente de liberdade. Trata-se de um Estado de cultura, de uma organização política atenta sempre ao desenvolvimento harmônico da personalidade. (. . .) De outro lado, a própria vocação cultural de Atenas, tão permeável à revolução da ciência e da Filosofia ocorrida no século VI a.C., e que de modo tão natural elevou o nível intelectual de seus cidadãos, convertendo-a no centro da cultura helênica, ‘a escola de toda a Grécia’, como disse Tucidedes. A partir daí foi adquirindo forma o que mais tarde veio chamar-se o aticismo, isto é, o gosto elegante e equilibrado em todas as atividades humanas.”(larroyo, Francisco. História geral da Pedagogia. São Paulo, Mestre Jou,1970.p.150.

Em Atenas a educação da criança, durante os primeiros sete anos, estava inteiramente a cargo da família. Assim que deixava os cuidados da família, o menino passava aos cuidados de um pedagogo, esses eram servos ou escravos dos atenienses que possuíam a confiança da família ateniense. A palavra pedagogo em sua origem significa o guia, condutor de meninos, por isso as pessoas responsáveis por guiar as crianças a Escola eram chamados de pedagogos.

O mundo grego foi muito rico em tendências pedagógicas:

1- A pedagogia pretendia realizar na vida humana a ordem que se via no universo, a harmonia que a matemática demonstrava;

2- A de Isócrates centrava o ato educativo não tanto na reflexão, como queria platão, mas na linguagem e na retórica.

3- A de Xenofontes foi a primeira a pensar na educação da mulher, embora restrita aos conhecimentos caseiros e de interesse do esposo.

Partia da ideia da dignidade humana, conforme ensinara Sócrates:

Os gregos eram educados através dos textos de Homero, que ensinava virtudes guerreiras, o cavalheirismo, o amora à glória, à honra, à força, à destreza e à valentia. O Ideal Homérico era ser sempre o melhor e conservar-se superior aos outros.

Notas: (Diferentemente do que ocorria na época do Brasil colônia, os escravos em Roma e na Grécia, aprendiam as artes e os ofícios nas casas onde serviam.)



Referências: Gadotti, Moacir, - História das ideias pedagógicas - 2006

Aranha, Maria Lucia de Arruda, História da educação e da pedagogia geral e do Brasil - 1999









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